segunda-feira, 25 de abril de 2011

Laicismo: a partir de onde, até onde

Autor: Pedro Almeida (Blog Radiação de Fundo)
 
Com a recente e inesperada crítica de um evangélico a uma lei que institui o “Dia do Evangélico” no país, volta à tona o significado e o papel do Estado laico, ou seja, com a igreja efetivamente separada, seja esta igreja de qualquer natureza.
Longe de ser ateísmo do Estado, o laicismo luta não pela exclusão de todos os cultos e religiões, mas pela convivência de todos estes dentro da nação, no entanto sem conceder privilégios a nenhum deles. Em miúdos: o Estado não interfere na religião, a religião não interfere no Estado e todo mundo fica feliz.
O problema é que para certos cultos, o simples fato de privilégios não poderem ser concedidos, por força constitucional, é uma afronta. A luta incessante da Igreja Católica em manter o ensino religioso é um ótimo exemplo de como uma instituição chega a se fantasiar de ovelha para esconder a pele de lobo: ao defender que a religião é pilar moral da sociedade, a Igreja Católica não somente exclui os irreligiosos de serem pessoas retas e morais por si só, como também implica que religião na educação é primordial. Isto não é só uma afronta à liberdade religiosa, que inclui a liberdade de não professar nenhuma religião; é um pretexto esdrúxulo para uma instituição decadente de praticar proselitismo sob concessão estatal, fingindo de ensino religioso para angariar fiéis.
O ensino religioso é exemplo clássico de uma instituição religiosa majoritária e com poder no Brasil tentando passar por cima do laicismo para pregar sua doutrina. Os livros religiosos utilizados em escolas públicas são claramente excludentes quanto à diversidade de cultos do país. A Igreja claramente defende o ensino religioso porque ele é ensino cristão.
O que estas instituições parecem não entender é o outro lado da moeda. Não parecem ver que a separação entre igreja e Estado é boa para todos os cultos, pois respeita a individualidade de cada um deles. Imagine se o Estado interferisse na hora cívica de escolas confessionais cristãs, instituindo que, ao lado de uma leitura da Bíblia, deveria haver uma leitura do Corão e dos Vedas, alegando que, por serem o cristianismo, islamismo e hinduísmo as três religiões mais difundidas no mundo, isto seria interessante para a integração religiosa com o resto do planeta. Da mesma forma como não querem interferência no que professam e pregam, não podem requerer para si o mesmo poder de interferência.
No caso do ensino confessional em específico, já há grande controvérsia. Deve-se defender que, de fato, seja ensinada a doutrina da instituição ou deve-se defender a isenção disto? Ora se a escola é confessional, o ensino em si, no entanto, é “bem” público. É como uma concessão de ensinar: escolas confessionais são isentas de imposto, sob o pretexto de serem instituições filantrópicas, no entanto são privadas e possuem, em geral, altas mensalidades. Em tese, o excedente de dinheiro arrecadado deve, obrigatoriamente, ser revertido à educação, exclusivamente (o que provavelmente nem acontece). Em suma, o Estado lhes concede o direito de ensinar em troca de isenção de impostos. Por que, então, poderia lhes ser concedido o direito de também pregar esta ou aquela religião, se educação é “bem” público e o Estado é laico? Pior, por que deveria lhes ser permitido ensinar “teorias” falsas tais qual o criacionismo? Afinal, o ensino é público ou não, independente da instituição que presta este serviço?
A questão de até onde ou a partir de onde se aplica o laicismo também pode ser estendida às repartições públicas, obras públicas e forças armadas. É legítimo uma capela e capelão num quartel ou base militar? Não seria isto dinheiro público sendo gasto em proselitismo e a favor de uma religião em específico? A Secular Coalition for America aponta que, nos EUA, 21% do serviço ativo são ateus. Dos religiosos, 35% são protestantes e 22% são católicos, havendo outras minorias que somam 11,5%. Um em cada cinco é ateu. No Brasil, não encontrei números. Mas usando como exemplo, numa diversidade religiosa tão uniformemente distribuída, é realmente legítimo endossar capelas? E pior, lá já houve caso de punição de soldados que se negaram a participar do que os militares chamam de “fitness espiritual”, termo que designa a promoção do cristianismo evangélico através de concertos e que tem forte cunho nacionalista, chegando quase a imprimir uma jihad cristã. Isto é proselitismo patrocinado com dinheiro público, com direito a punição de quem é contra ter religião enfiada goela abaixo. É endossar a repressão da livre escolha religiosa.
Criar o “Dia do Evangélico” pode até não ser uma grave violação do princípio do laicismo, mas, sob a mesma bandeira de endossar publicamente certos cultos, seria possível e legítimo vermos o “Dia do Judeu”, ou “Dia do Católico” (é, não existe), “Dia dos Orixás” junto ao já existente “Dia de Todos-os-Santos” ou até mesmo o “Dia do Satanista”? Sob que pretextos seriam endossadas ou proibidas as criações destas datas comemorativas?
É coerente dizer que endossar um culto em detrimento de outro é segregar. Apelar à maioria católica ou cristã como argumento de defesa é uma falácia. O Estado não existe para legislar para a maioria, mas para todos. Todos são iguais perante a lei, como já diz a mesma constituição que institui que o Brasil é leigo. A separação entre cultos e Estado não protege alguém desta ou daquela religião, mas protege a religião ou irreligiosidade de cada um. Cada um é livre para professar seu credo, a Constituição somente nos assegura que isto não pode ser feito de forma pública e patrocinada pelo Estado; resta-nos questionar: até onde a liberdade de livre culto pode ser usada como argumento sem estuprar o laicismo?

O Paraíso é mais quente que o Inferno

Tradução/adaptação: Pedro Almeida
(tradução adaptada de http://www.lhup.edu/~dsimanek/hell.htm)
 
A temperatura do Paraíso pode ser calculada de forma até que bem precisa. Nossa fonte e autoridade é a Bíblia, citando Isaías 30:26, que diz sobre o Paraíso o seguinte:
“E a luz da lua será como a luz do sol, e a luz do sol sete vezes maior como a luz de sete dias (…)”
Portanto, o Paraíso recebe da Lua tanta radiação quanto a Terra recebe do Sol, e, ainda por cima, recebe também 7 x 7 vezes mais radiação do que a Terra recebe do Sol (sete dias vezes sete vezes a radiação, igual a 49 vezes mais radiação). Somando, dá-se que o Paraíso recebe destes astros 50 vezes mais radiação que a Terra recebe, no total.
A luz que recebemos da Lua na Terra é 1/10.000 do que recebemos do Sol, portanto podemos ignorar esta parte, assumindo só recebermos radiação do Sol. Com estes dados, podemos calcular a temperatura do Paraíso: a radiação que é absorvida pelo Paraíso vai aquecê-lo até o ponto em que ele entrar em equilíbrio e o calor emitido por irradiação for igual ao calor recebido por irradiação, por unidade de tempo. Em outras palavras, o Paraíso perde 50 vezes mais calor que a Terra perde, por irradiação térmica. Isto implica que sua temperatura é maior que a da Terra, e pode ser calculada pela lei de quarta potência de Stefan-Boltzmann para radiação emitida/recebida por um corpo negro, em determinada temperatura, aplicada aos dois lugares e racionalizadas:
onde TP é a temperatura absoluta do Paraíso e TT é a temperatura absoluta da Terra, em Kelvins; jP e jT são os fluxos radiantes respectivos (em watts), que no caso do Paraíso é 50 vezes o da Terra, como mencionado pelo profeta (jP=50.jT).
A temperatura na Terra pode ser dita como sendo 300 K, aproximadamente (27° C). Resolvendo para TP, o valor de temperatura no Paraíso encontrado é de 798 K, ou 525° C.
A temperatura exata do Inferno não pode ser computada de forma similar, mas deve ser menos que 444,8° C, a temperatura na qual o enxofre vaporiza-se, transformando-se de líquido para gás. Para tal asserção, tomemos Apocalipse, 21:8, que diz:
“Mas, quanto aos medrosos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos adúlteros, e aos feiticeiros, e aos idólatras, e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago ardente de fogo e enxofre, que é a segunda morte.”
Note que esta bela passagem inclui os ateus. Mas retomando nosso ponto, para que um lago seja constituído de enxofre derretido, é obviamente necessário que ele se encontre ainda na forma líquida e, portanto, abaixo de sua temperatura de ebulição, que é 444,8 ° C. Acima deste valor, haveria uma nuvem de vapor, e não um lago de enxofre.
Temos desta forma uma temperatura no Paraíso de 525° C. A temperatura no Inferno é inferior a este valor, 445° C aproximadamente.
Portanto, o Paraíso é mais quente que o Inferno.
quod erat demonstrandum

(Do Blog Radiação de Fundo )

Deus nos livre de um Brasil evangélico


(Por Ricardo Gondim, pastor da Igreja evangélica Betesda)

Começo este texto com uns 15 anos de atraso. Eu explico. Nos tempos em que outdoors eram permitidos em São Paulo, alguém pagou uma fortuna para espalhar vários deles, em avenidas, com a mensagem: “São Paulo é do Senhor Jesus. Povo de Deus, declare isso”.


Rumino o recado desde então. Represei qualquer reação, mas hoje, por algum motivo, abriu-se uma fresta em uma comporta de minha alma. Preciso escrever sobre o meu pavor de ver o Brasil tornar-se evangélico. A mensagem subliminar da grande placa, para quem conhece a cultura do movimento, era de que os evangélicos sonham com o dia quando a cidade, o estado, o país se converterem em massa e a terra dos tupiniquins virar num país legitimamente evangélico. 

Quando afirmo que o sonho é que impere o movimento evangélico, não me refiro ao cristianismo, mas a esse subgrupo do cristianismo e do protestantismo conhecido como Movimento Evangélico. E a esse movimento não interessa que haja um veloz crescimento entre católicos ou que ortodoxos se alastrem. Para “ser do Senhor Jesus”, o Brasil tem que virar "crente", com a cara dos evangélicos. (acabo de bater três vezes na madeira). 

Avanços numéricos de evangélicos em algumas áreas já dão uma boa ideia de como seria desastroso se acontecesse essa tal levedação radical do Brasil.

Imagino uma Genebra brasileira e tremo. Sei de grupos que anseiam por um puritanismo moreno. Mas, como os novos puritanos tratariam Ney Matogrosso, Caetano Veloso, Maria Gadu? Não gosto de pensar no destino de poesias sensuais como “Carinhoso” do Pixinguinha ou “Tatuagem” do Chico. Será que prevaleceriam as paupérrimas poesias do cancioneiro gospel? As rádios tocariam sem parar “Vou buscar o que é meu”, “Rompendo em Fé”? 

Uma história minimamente parecida com a dos puritanos provocaria, estou certo, um cerco aos boêmios. Novos Torquemadas seriam implacáveis e perderíamos todo o acervo do Vinicius de Moraes. Quem, entre puritanos, carimbaria a poesia de um ateu como Carlos Drummond de Andrade?
Como ficaria a Universidade em um Brasil dominado por evangélicos? Os chanceleres denominacionais cresceriam, como verdadeiros fiscais, para que se desqualificasse o alucinado Charles Darwin. Facilmente se restabeleceria o criacionismo como disciplina obrigatória em faculdades de medicina, biologia, veterinária. Nietzsche jazeria na categoria dos hereges loucos e Derridá nunca teria uma tradução para o português. 

Mozart, Gauguin, Michelangelo, Picasso? No máximo, pesquisados como desajustados para ganharem o rótulo de loucos, pederastas, hereges. 

Um Brasil evangélico não teria folclore. Acabaria o Bumba-meu-boi, o Frevo, o Vatapá. As churrascarias não seriam barulhentas. O futebol morreria. Todos seriam proibidos de ir ao estádio ou de ligar a televisão no domingo. E o racha, a famosa pelada, de várzea aconteceria quando?
Um Brasil evangélico significaria que o fisiologismo político prevaleceu; basta uma espiada no histórico de Suas Excelências nas Câmaras, Assembleias e Gabinetes para saber que isso aconteceria.
Um Brasil evangélico significaria o triunfo do “american way of life”, já que muito do que se entende por espiritualidade e moralidade não passa de cópia malfeita da cultura do Norte. Um Brasil evangélico acirraria o preconceito contra a Igreja Católica e viria a criar uma elite religiosa, os ungidos, mais perversa que a dos aiatolás iranianos. 

Cada vez que um evangélico critica a Rede Globo eu me flagro a perguntar: Como seria uma emissora liderada por eles? Adianto a resposta: insípida, brega, chata, horrorosa, irritante.
Prefiro, sem pestanejar, textos do Gabriel Garcia Márquez, do Mia Couto, do Victor Hugo, do Fernando Moraes, do João Ubaldo Ribeiro, do Jorge Amado a qualquer livro da série “Deixados para Trás” ou do Max Lucado. 

Toda a teocracia se tornará totalitária, toda a tentativa de homogeneizar a cultura, obscurantista e todo o esforço de higienizar os costumes, moralista. 


O projeto cristão visa preparar para a vida. Cristo não pretendeu anular os costumes dos povos não-judeus. Daí ele dizer que a fé de um centurião adorador de ídolos era singular; e entre seus criteriosos pares ninguém tinha uma espiritualidade digna de elogio como aquele soldado que cuidou do escravo. 

Levar a boa notícia não significa exportar uma cultura, criar um dialeto, forçar uma ética. Evangelizar é anunciar que todos podem continuar a costurar, compor, escrever, brincar, encenar, praticar a justiça e criar meios de solidariedade; Deus não é rival da liberdade humana, mas seu maior incentivador. 

Portanto, Deus nos livre de um Brasil evangélico.

Não tenho muito o que dizer deste homem que, além de tudo, é pastor evangélico da Igreja Betesda. Quem me dera se TODOS os pastores do Brasil fossem como ele. Li uma entrevista dele na revista CartaCapital, e vim correndo atrás do referido artigo. O cara, lógico, foi apontado como "o Herege da vez", e muito hostilizado no meio evangélico.

Mas quer saber? Esse cara tá certo. Ele é um dos 10% dos evangélicos que usam o cérebro e sabem equilibrar (e conciliar) fé e razão. Dou a ele todo meu apoio.

sábado, 23 de abril de 2011

Despregador Urgente: Rede de lojas contrata apenas evangélicos!

Segundo uma denúncia veiculada no Jornal Estadão do Norte,  os funcionários de uma  rede de lojas de Porto Velho, estão sendo obrigados pelos patrões a pagar o dízimo para uma igreja evangélica.
Mensalmente, cada empregado tem 10% do salário repassado aos cofres de tal igreja, contribuição essa, que é regra fundamental para que o funcionário se mantenha no emprego.
Um candidato, que diz ter sido dispensado ainda na entrevista para emprego por não ser evangélico, relata que por ter um bom currículo foi convocado para passar por um processo de seleção em uma loja de eletrodoméstico.
No entanto, durante a entrevista com o empregador, a primeira pergunta foi sobre sua religião. Ao dizer que era católico, foi eliminado de imediato. O empregador ainda fez questão de dizer que a empresa só contrata, candidatos evangélicos.
O candidato afirma que esta não é a primeira vez que passa por tal situação. Em outras lojas já foi preterido por causa da religião e por isso resolveu denunciar.
“Nos últimos meses, a eliminação e as perguntas sobre religiosidade se tornaram freqüentes. Na minha opinião, os evangélicos estão tomando conta do comércio e discriminam outras denominações”, conta.
Outros fiéis da igreja católica também enfrentaram problemas para contratação em lojas da cidade. Eles nos chamam pelo curriculum, mas na hora da entrevista, esquecem a experiência.
“Eu posso ser melhor que o outro candidato, mas por ser católico, não consigo emprego, conta indignado outro candidato a emprego”, afirma.

(Do blog Tela Crente.)

Sócrates encontra Jesus... O que acontecerá?

Sócrates:
Bom dia, Jesus, tenho ouvido muito sobre seus ensinamentos maravilhosos. Eu sou apenas um modesto filósofo aqui em Atenas. Falaram-me da sua grande sabedoria e, a julgar pela quantidade de admiradores que o seguem pelas ruas, isso deve ser verdade. Se você puder me conceder alguns minutos, gostaria que me iluminasse com suas respostas para algumas questões que têm me afligido por toda a minha vida.
Jesus:
Sou um pescador de homens na minha busca por seguidores. Trago a verdade de Deus para todos os homens. Procura e encontrarás, peça e obterás a resposta, bata e a porta se abrirá para ti.
Sócrates:
Há uma questão básica que tem sido sempre a maior em minha mente. Embora tenha sido sempre um obstáculo intransponível para mim, na minha busca pela verdade e pelo sentido das coisas, estou certo que, com sua erudição, você vai achá-la muito fácil e vai me tomar por um velho tolo. Sempre quis viver de forma honrada e nobre, mas parece que só tropecei pela vida sem ao menos saber o que é honra e nobreza. Com meu entendimento limitado, sempre me parece que a vida, mesmo com sua beleza e sua fúria, na verdade, não significa nada. Por favor, me diga:como um homem deveria viver? Qual é o propósito da vida?
Jesus:
Servir e reverenciar a Deus.
Sócrates:
Qual deus?
Jesus:
Só existe um Deus.
Sócrates:
Oh, você devia vir morar em Atenas. Aqui, temos vários para escolher.
Jesus:
Só existe um deus verdadeiro.
Sócrates:
Ah, claro, e qual é o deus verdadeiro?
Jesus:
O deus verdadeiro é o Senhor Deus.
Sócrates:
Sim, mas quem é o Senhor Deus? Ou o que ele é?
Jesus:
Ele é o infinito da sabedoria, amor, compaixão, paz e misericórdia. Ele é o criador do céu e da terra e de todas as coisas no universo.
Sócrates:
Todas as coisas?
Jesus:
Sim, todas as coisas. Ele é onipotente. Ele é o senhor, o controlador e o criador de todas as coisas. Ele é onipresente – nada pode acontecer que ele não saiba com antecedência.

Sócrates:
E ele também cria as pragas, guerras, a morte, o sofrimento e o mal?

Jesus:
Não! Essas coisas e todos os outros males e tragédias vêm do Demônio, o príncipe das trevas; ou das fraquezas e da natureza maligna do homem. Deus é só bondade, sem traço de maldade; só o bem pode vir de Deus.
Sócrates:
E, quem é esse tal Demônio? Certamente deve ser um deus para ser capaz de causar calamidades tão grandes sobre a humanidade. Entretanto, você acabou de dizer que só existe um deus. Você também disse que tudo que existe vem desse Deus. E agora você diz que só o bem vem de Deus e que o mal vem de alguém chamado Demônio. Isso parece uma contradição. Temo que sua religião seja complexa demais para esta cabeça velha compreender. Ainda assim, pretendo ser um estudante persistente e tentar entender, se você puder me ajudar de alguma forma. Por favor, explique: quem é o Demônio e como pode ser que todas as coisas venham de Deus mas também não venham de Deus?
Jesus:
O Demônio é um anjo caído que é ambicioso. Ele se rebelou contra Deus e quer destruir todo o seu trabalho.
Sócrates:
O que, em nome de Zeus, é um anjo?
Jesus:
Um anjo é um anjo.
Sócrates:
Claro, claro, é uma identidade. Sócrates é Sócrates. Mas, veja, isso não significa nada para mim, ignorante que sou sobre sua religião. Embora possa ser a verdade mais pura, não tem relação com nada que eu possa compreender. Você poderia comparar o anjo a alguma coisa com que eu esteja familiarizado?
Jesus:
Um anjo é um anjo.
Sócrates:
Por favor, perdoe minha ignorância. Entenda que não sou a autoridade que você é. Nunca vi nem ouvi falar de anjos. Disseram-me que você teve muitas visões estranhas quando vagou quarenta dias pelo deserto sem comer. Suplico que me conte com que se parecem esses anjos.
Jesus:
Eles têm asas.
Sócrates:
Assim como os pernilongos. Você poderia ser mais específico?
Jesus:
Eles são como pessoas, mas têm asas.
Sócrates:
Que mais? Presumo que possam voar.
Jesus:
Ah, sim, é para isso que as asas são feitas.
Sócrates:
Claro, claro, eu devia ter adivinhado. Você diz que eles se parecem com pessoas. E no que são diferentes dos homens?
Jesus:
Eles são muito melhores que os homens… e nunca morrem.
Sócrates:
Melhores que o homem? Como?
Jesus:
Mais virtuosos e mais poderosos. Muito mais poderosos.
Sócrates:
Então são sobre-humanos.
Jesus:
Sim. Certamente!
Sócrates:
Então eles são sobre-humanos e imortais. Nós, em Atenas, chamaríamos tais seres de deuses.

Jesus:
Não! Deus é muito mais poderoso que eles.

Sócrates:
Para nós, Zeus também é mais poderoso que os outros deuses olímpicos, mas os outros também são deuses, por definição. Como você definiria o termo deus?
Jesus:
Deus é o criador de tudo Ele é todo poder, conhecimento, sabedoria e a epítome da justiça, piedade, compaixão, divindade e paz.
Sócrates:
Mas essas qualidades não são necessariamente consistentes. Não é possível para uma pessoa ser justa, pacífica e piedosa, tudo na mesma instância ou situação. Se uma pessoa ou uma nação merece punição pela regra da justiça, deve-se puni-la ou fazer guerra contra ela, mas isto seria uma violação da regra da paz e da piedade. Nenhum ser poderia ter todas essas qualidades porque elas contradizem umas às outras; elas não podem existir juntas na mesma pessoa ao mesmo tempo. É como se um homem tivesse se virado para a esquerda e para a direita ao mesmo tempo e, ainda assim, estivesse inteiro e completo.
Jesus:
Deus opera suas maravilhas de maneiras misteriosas.
Sócrates:
Parece que vocês têm tantos deuses quantos temos em Atenas, só que vocês não os chamam de deuses.
Jesus:
Não! Deus é todo-poderoso.
Sócrates:
Então, a única diferença é o grau de poder?
Jesus:
Não. Deus é melhor e mais virtuoso que eles. O pecado é impossível para ele.
Sócrates:
O que é um pecado?
Jesus:
É um ato de desobediência a Deus.
Sócrates:
Deduzo disso que Deus não poderia pecar, pois não poderia desobedecer a si mesmo. E, se o pecado não é possível para ele, não pecar não é nenhuma façanha dele. Assim como não se mover não é façanha alguma para uma pedra. É só uma questão de definição. O que eles fazem esses anjos?
Jesus:
Eles entregam mensagens para Deus.
Sócrates:
Por que, se Deus é todo-poderoso, haveria necessidade de alguém entregar mensagens para ele?
Jesus:
Ele gosta desse jeito.
Sócrates:
Então eles são escravos de Deus?
Jesus:
Não! Eles o servem voluntariamente.
Sócrates:
E o que acontece se eles não o servirem voluntariamente?
Jesus:
Houve vários anjos, liderados por Satã, o demônio, que se rebelaram contra Deus e foram banidos do Paraíso para o tormento e a punição eterna.
Sócrates:
O que é o Paraíso?
Jesus:
É um lugar maravilhoso, nas alturas do céu. Lá, as ruas são pavimentadas com ouro. Lá, tudo é pacífico e bonito. Deus mora lá e todos que crêem nele vão para lá quando morrem. Lá, os homens têm vida eterna, têm asas, reverenciam Deus, tocam harpas em eterna harmonia, felizes para sempre. O propósito e o objetivo da vida do homem é ir para o Paraíso quando morrer.
Sócrates:
Olha, isso soa parecido com a conversa de quem comeu flor de Lótus. Se este fosse o propósito da vida, não poderíamos simplesmente nos intoxicar com vinho ou drogas e nos sentir no paraíso a qualquer hora, como os mendigos e bêbados que se vêem do outro lado da cidade?
Jesus:
A Bíblia diz “não abusarás do vinho ou de bebidas fortes”.
Sócrates:
Se o único propósito da vida do homem fosse ir para Paraíso, por que ele simplesmente não se mata e vai para lá?
Jesus:
Não matarás!
Sócrates:
Para começar, se Deus quisesse que o homem fosse para o Paraíso, por que o colocou na Terra? Por que simplesmente não colocou o homem no Paraíso desde o começo? Acho difícil de acreditar que o homem, com toda a sua capacidade, seus desejos e complexidades, tenha sido criado meramente para se curvar e para reverenciar. Certamente, não existe, nem nunca existiu, um tirano humano tão frívolo e orgulhoso que quisesse que seus súditos simplesmente se curvassem e o venerassem de forma obsequiosa e subserviente, disponíveis do alvorecer até o pôr-do-sol, solitário para toda a eternidade. Eu entendo muito bem por que Satã quis se rebelar contra essa situação estática, regulada, opressiva e maçante. Pelo que você já me contou, eu teria que me aliar a Satã nessa rebelião, pois, embora me considere um homem humilde, eu não poderia me curvar e adorar, nem cantar preces para um ser que me ameaçasse com punições e tormentos eternos.
Jesus:
O Senhor teu Deus é um deus ciumento e não deves ter outros deuses diante dele.
Sócrates:
Por que Satã se rebelou? Ele sabia que Deus era tão poderoso, como você o descreveu, e que sua derrota era inevitável?
Jesus:
Satã se rebelou porque ele era orgulhoso e queria mandar no paraíso. Ele conhecia uma parte do grande poder de Deus (que era maior que o seu próprio poder), mas ele desejava o poder tão ardentemente que resolveu tentar de qualquer maneira.
Sócrates:
Então, Satã certamente foi corajoso, lutando contra um inimigo que ele não podia derrotar.
Jesus:
Ele era um pecador porque desobedeceu a vontade de Deus.
Sócrates:
Parece, então, que a única diferença entre Satã e Deus é o grau do poder.
Jesus:
Deus é perfeito. Ele é onipotente, onisciente e imaculado.
Sócrates:
Claro, por definição, ele não peca por que não pode desobedecer a si mesmo. A única diferença real entre os dois é o grau de poder. Portanto, Satã não errou nem pecou ao se rebelar contra Deus; ele só errou ao ser derrotado na rebelião. Pois, se ele tivesse vencido, Deus é que seria o pecador, pois Deus teria desobedecido a Satã, que seria melhor que Deus e outros anjos, porque ele não poderia pecar contra si mesmo e ele é que seria onipotente. Se Satã tivesse vencido, teria se tornado Deus, pela sua definição, porque ele teria sido onipotente e sem pecados. Quem sabe se não foi exatamente isso que aconteceu? Pela sua descrição de Deus, começo a suspeitar que Satã venceu.
Jesus:
Deus é mais do que simplesmente poder e completa falta de pecados:ele é justiça infinita, piedade, paz, compaixão e perdão. Satã é impuro, egoísta, destrutivo e maligno.
Sócrates:
O que aconteceu a Satã depois que ele foi expulso do Paraíso?
Jesus:
Ele foi jogado no Inferno por Deus, para ser atormentado e torturado para todo o sempre.
Sócrates:
O que é o Inferno e por que Satã fica lá, se é um lugar tão doloroso e desagradável?
Jesus:
Deus o trancou no Inferno e não permite que ele saia. Deus criou o Inferno para punir Satã e todos os homens que não tenham fé em Deus. É um fogo incessante de queimadura, tortura, agonia e tormento. Todos os pecadores que não pedirem perdão a Deus e não tiverem fé nele vão para lá para toda a eternidade para serem torturados pelo Demônio.
Sócrates:
Se Deus é justo ou piedoso, como ele pode fazer isso para um inimigo que o combateu em batalha? Por que Deus simplesmente não perdoou Satã depois de derrotá-lo, como os homens geralmente fazem com nações capturadas, depois de havê-las derrotado? Parece que os homens são mais piedosos do que Deus, na vitória, pois não tratam os derrotados com tamanhos terrores, nem pelo período de uma vida, muito menos por toda a eternidade. Por que Deus não mostra as qualidades que você descreveu, como justiça, piedade, compaixão e perdão a Satã? Certamente, essa natureza guerreira de Deus contrasta muito com a descrição de um Deus pacífico, piedoso e que perdoa tudo.
Jesus:
Deus tem maneiras misteriosas de executar suas maravilhas.

Sócrates:
Se Satã está preso no Inferno, como poderia levar pragas e tormentas à Humanidade, e por que Deus permite isso, se ele é onipotente e tão bondoso? Se Deus é todo poderoso, que negócio é esse de ele permitir que Satã sobreviva? Por que não o destrói? Nessa altura da conversa, já imagino se não teria sido melhor que o outro tivesse vencido.

Jesus:
Deus permite que Satã saia para que traga pragas e tormentas para a Humanidade, para punir o homem por seus pecados no Jardim do Éden.
Sócrates:
O que é o Jardim do Éden?
Jesus:
Quando Deus criou o primeiro homem e a primeira mulher, Adão e Eva, ele os colocou no Jardim do Éden. Quando foram criados, eram puros e sem pecado. Foi assim que Deus os criou. O Jardim do Éden era um paraíso bonito, que lhes provia tudo que precisavam. Eles não precisavam trabalhar. Bastava coletar as frutas dos galhos de árvores opulentas. Eles eram inocentes e despreocupados como crianças e não sabiam nada sobre o amor carnal. Tinham um ao outro como companheiro e adoravam e reverenciavam Deus, que sempre os visitava.
Sócrates:
Por que Deus criou a humanidade?
Jesus:
Porque ele estava só.
Sócrates:
Por que ele simplesmente não criou mais alguns anjos, que eram mais seus iguais, em vez dessa forma de vida tão inferior, o homem? Será que ele não queria mesmo escravos servis que ele pudesse observar sentindo medo, reverência e adoração a ele?
Jesus:
Uma vez que ele é nosso criador, nós lhe devemos mesmo reverência, adoração e obediência.
Sócrates:
Será que o filho de um criminoso lhe deve obediência ou será que tem o direito e a obrigação de julgar por si mesmo, entre o certo e o errado? Que pecado, que ato de desobediência o homem cometeu no Jardim do Éden?
Jesus:
No centro do Jardim do Éden, Deus colocou a árvore do conhecimento. Deus disse a Adão e Eva para não comerem os frutos daquela árvore. Satã apareceu na forma de uma serpente e disse a Eva que ela teria grande conhecimento se comesse o fruto. Satã lhe disse que Deus temia que se eles comessem o fruto, poderiam se tornar tão grandes quanto ele. Depois que comeram, aprenderam sobre o amor sexual. Este foi o pecado original.
Sócrates:
O conhecimento é algo de que Deus gostaria de nos resguardar? Por que Deus quer nos manter distantes do conhecimento? Será que ele queria nos manter como escravos subservientes, rastejando aos seus pés? Parece-me que devemos agradecer a Satã e reverenciá-lo por sua ajuda. Satã se parece muito com o titã Prometeu, que desafiou as ordens dos deuses e trouxe ao homem o conhecimento do fogo. Por este serviço à humanidade, Prometeu, assim como Satã, foi submetido ao tormento e à tortura eterna. Certamente a vida humana valeria muito menos sem sexo, fogo e conhecimento.

Jesus:
Mas Satã estava mentindo para Eva, pois afinal não nos tornamos tão grandes quanto Deus, depois de comer a fruta. Ele mentiu para nós só porque queria destruir o trabalho de Deus.
Sócrates:
Se Deus é onipotente, por permitiu que Satã viesse ao Jardim do Éden para tentar Eva? E, para começar, se Deus não queria que o homem comesse do fruto proibido, por que pôs a árvore do conhecimento bem no meio do jardim? Se Deus não queria que o homem fizesse sexo, por que ele o equipou com os órgãos necessários para isso? Se Deus não queria que o homem cometesse o pecado original, por que lhe deu o desejo pelo conhecimento, pela aventura e pelo amor carnal?

Jesus:
Deus pôs a árvore do conhecimento no Jardim e permitiu que Satã fosse até lá porque ele queria testar a humanidade.

Sócrates:
Você disse que Deus é onisciente, que ele sabe tudo que acontece antes de acontecer. Certamente Deus já sabia como o homem se comportaria nessa ou em qualquer outra situação.
Jesus:
Deus deu livre arbítrio ao homem. Ele podia tanto ser virtuoso e obedecer a Deus quanto ser pecador e desobedecer a palavra de Deus.
Sócrates:
Deus sabia que o homem poderia pecar?
Jesus:
Ele sabia que o homem poderia pecar mas ele lhe concedeu livre arbítrio para tomar sua própria decisão.

Sócrates:
Deus não poderia ter criado o homem de forma que ele não pudesse pecar? Não poderia ter criado o homem de forma que ele não pecasse nessa situação particular?

Jesus:
Sim, pois se Deus é onipotente, ele poderia ter feito isso, mas ele não queria que o homem fosse um marionete; queria que ele tivesse livre arbítrio.

Sócrates:
Deus poderia ter criado o homem com duas cabeças e três pernas ou de qualquer outro jeito que ele quisesse?
Jesus:
Deus poderia ter criado o homem do jeito que ele quisesse.
Sócrates:
Deus criou o homem do jeito que ele quis? Ele quis que o homem tivesse uma cabeça, duas pernas e que tivesse a aparência que tem?
Jesus:
Claro, Deus é perfeito e onipotente. Ele não poderia cometer um erro.
Sócrates:
Então Deus jamais errou e criou o homem exatamente da maneira que quis, em todos os sentidos?
Jesus:
Sim.
Sócrates:
Então você e eu fomos criados exatamente do jeito que deus quis que fôssemos? E Adão e Eva foram criados exatamente do jeito que Deus quis que fossem?
Jesus:
Sim, foi isso que eu disse.
Sócrates:
Tudo que é parte do homem veio de Deus?

Jesus:
Sim, Deu é o mestre e o controlador, o criador de tudo.
Sócrates:
O Demônio ou outra força qualquer criaram alguma parte do homem?
Jesus:
Não, Deus é o criador de tudo.
Sócrates:
Então, se Deus criou os olhos, pernas e a mente do homem, também criou os desejos do homem, todos os seus desejos, inclusive seu desejo por conhecimento e pelo sexo. Por que os homens pecam?

Jesus:
O homem peca por causa de sua fraqueza e sua natureza maligna.
Sócrates:
A natureza do homem é parte homem, assim como suas mãos, seus pés são parte do homem?
Jesus:
Sim, a natureza do homem é parte do homem.
Sócrates:
Quem criou o homem?

Jesus:
Deus.
Sócrates:
Quem criou as mãos e pés do homem?
Jesus:
Deus.

Sócrates:
Quem deu ao homem duas mãos e dois pés e o fez exatamente como eles são hoje, exatamente como eles eram no tempo de Adão e Eva?

Jesus:
Deus.

Sócrates:
Quem criou a natureza humana?
Jesus:
Deus.

Sócrates:
Quem deu ao homem sua natureza maligna e suas fraquezas? Deus deu, porque tudo que é parte do homem veio de Deus e só de Deus.
Jesus:
Deus deu ao homem o livre-arbítrio.
Sócrates:
Quem decidiu que o homem devia ter duas mãos? O diabo?
Jesus:
Não. Deus decidiu que o homem teria duas mãos.
Sócrates:
Quem decidiu que o homem teria franquezas e uma natureza maligna? O diabo? Não, foi Deus que decidiu que o homem teria fraquezas e natureza maligna. Se a humanidade é falha, maligna ou fraca, é porque Deus pôs falhas ou fraquezas nele e tinha mesmo essa intenção. Deixe-me contar a você outra parábola. Você alguma vez já viu pássaros matando peixes no mar? Quem pôs isso no pássaro, essa capacidade de localizar o peixe e de matá-lo?
Jesus:
O homem tem livre-arbítrio. Deus não o obriga a pecar. Ele simplesmente lhe deu a oportunidade de ser virtuoso ou pecador. O homem não teria valor algum para Deus, se fosse apenas um boneco de marionete, que não pudesse fazer nada a não ser o bem. Ele quis dar ao homem a oportunidade de ser bom ou mau conforme seu próprio mérito, sua própria escolha.
Sócrates:
É absurdo que Deus puna o homem depois de criá-lo. É como se um Homero escrevesse uma ode sobre um porco e depois chicoteasse e batesse nas páginas e as condenasse ao fogo eterno porque ele não gostasse das qualidades do animal. Ou como se um mestre da escultura fizesse uma estátua perfeita de um porco e batesse nela por toda a eternidade, porque não gostasse dos traços do animal.

Jesus:
Deus não criou o homem com uma natureza má nem predeterminou que ele devesse pecar.
Sócrates:
Então quem fez isso?
Jesus:
Deus criou o homem para ser inocente e naturalmente bom. Deus pôs o homem num paraíso, no Jardim do Éden. Ele deu ao homem livre-arbítrio e permitiu que Satã fosse ao Jardim do Éden para testar a humanidade. Deus não predeterminou que o homem deveria pecar.
Sócrates:
Mas Deus criou tudo que levou a essa combinação, situação ou ambiente. Quando ele criou cada um dos elementos ou ingredientes na situação, sabia exatamente como cada um iria reagir aos outros em qualquer circunstância, porque ele sabe tudo. Ele pretendia que cada elemento fosse exatamente como ele era, porque ele era onipotente e não poderia cometer um erro. É como se um cientista ou médico tivesse combinado diversos ingredientes num remédio, que embora fossem inofensivos isoladamente, tornavam-se um veneno mortal quando combinados; e então, depois de administrá-lo no paciente, negar qualquer responsabilidade sobre sua morte. Exatamente dessa forma foi que Deus combinou muitas coisas: um homem inocente, a árvore do conhecimento, um belo jardim e um anjo.
Jesus:
Todos pecaram e se afastaram da glória de Deus.
Sócrates:
Parece-me que seu Deus Senhor criou o homem meramente para observá-lo sofrer. Esse trabalho de Satã, o Jardim do Éden, o livre-arbítrio, é tudo fachada. Deus só queria uma desculpa para intimidar, perseguir, atormentar e oprimir a humanidade. Se um ser onipotente e onisciente cria tudo e permite que suas criaturas reajam de certa forma, na verdade ele pretendia que elas agissem daquele jeito e é o único responsável pelos resultados.

Jesus:
Não zombe de Deus. Não fale desse jeito ou você vai ser jogado na fornalha na qual você vai ranger os dentes para sempre, atormentado e torturado.

Sócrates:
Eu achava que nossos deuses olímpicos eram perversos e irracionais, mas eles parecem mansos cordeirinhos, piedosos e compreensíveis se comparados a esse seu Deus, que atormenta e tortura alguém para toda a eternidade por que essa pessoa fez o que foi forçada a fazer em função de sua natureza e do ambiente criados por esse mesmo Deus.
Jesus:
Oh, dê graças ao Senhor porque ele é bom, porque sua piedade dura para sempre.
Sócrates:
Por que, se é um deus de paz e piedade, ele atormenta a humanidade e permite e até encoraja e exige banhos de sangue sobre a terra? Por que permite, exige mesmo, que Satã tente e torture a humanidade? Já que você diz que nada acontece sem que ele saiba e não apenas saiba, mas tenha feito acontecer, esse ser todo-poderoso e que sabe tudo e que cria tudo, determina tudo, esse ser tem que saber como suas criações vão agir.
Jesus:
Deus deu livre-arbítrio ao homem porque não queria que ele fosse um simples marionete. Deus não queria que o homem pecasse. Deus ficou muito desapontado quando o homem pecou.
Sócrates:
Deus não poderia, de forma alguma, ficar desapontado, porque ele conhecia a natureza do homem e de tudo mais que ele criou. Se ele é todo-poderoso, ele pretendia que homem pecasse. De fato, ele o forçou a pecar, quando o criou com certos desejos e certas fraquezas.

Jesus:
Isso que você diz é blasfêmia. Deus criou o mundo e todas as plantas e animais para o prazer do homem. Olhe para o lindo mundo à sua volta. Como você pode dizer coisas tão terríveis sobre Deus depois de ele ter lhe dado tanto?

Sócrates:
Eu não posso mesmo acreditar nisso. Como poderia um deus tão perverso, sádico e odioso criar um mundo com tanta beleza? Mesmo o homem, com toda a maldade que às vezes parece possuir, tem momentos que exibe uma força incrível, auto-sacrifício, lealdade e graus variados de qualidades conflitantes como a piedade e a justiça. Seu Deus Senhor não tem nenhuma dessas qualidades. Certamente nunca houve um homem tão vil que fizesse a outros homens o que você diz que seu Deus faz para aqueles que não o respeitam: torturar para todo o sempre. Qualquer homem, não importa o quanto tenha sido enganado, torturado ou ofendido – como Príamo, cujo clã inteiro foi dizimado, ou Agamenon, que foi traído por sua esposa e o amante dela – mesmo esses perdoariam depois de anos ou séculos de tortura ao seu inimigo.

Jesus:
Eu sou o caminho, a verdade e a luz. Ninguém vai ao Pai se não for por mim. Creia em mim e tenha vida eterna no Paraíso; renegue-me e sofra a tortura eterna no Inferno.

Sócrates:
Se eu aceitasse seu sistema, teria que me aliar a Satã, contra seu Deus, mesmo sabendo que eu seria atormentado e torturado para sempre. A injustiça e a perversidade do seu Deus são chocantes. Eu tenho ouvido falar coisas horríveis sobre sacrifícios humanos em costas distantes, mas tenho certeza que nem eles pensariam em coisas como torturar vítimas por toda a eternidade. Tenho ouvido histórias aterrorizantes sobre monstros, ciclopes e medusas, mas esses monstros são animais mansinhos se comparados às coisas descritas no seu livro de revelações. E você quer me convencer da natureza pacífica, piedosa e perdoadora do seu Deus Senhor.

Jesus:
Somos todos filhos de Deus. Deus é nosso pai, não quer que pequemos e nos pune quando o fazemos. Ele é justo e piedoso e só nos manda, seus filhos, para o Inferno, para a danação e o tormento eterno por nossas próprias faltas. Por nossos pecados e nossa volúpia sexual, como Adão e Eva, ele não tem escolha, senão nos punir, pela tortura e o fogo eternos.
Sócrates:
Você diz que somos filhos de Deus. Ele é um verdadeiro monstro que tortura seus próprios filhos por terem olhos, pernas e desejos que ele mesmo lhes deu. Que esse diabo malabarista não seja mais acreditado, pois nos engana duplamente e mantém a palavra de promessa aos nossos ouvidos, mas a quebra em nossa esperança. Não vejo propósito, nem razão, nem verdade, nem piedade, nem justiça, nada além de caprichos de um poder cruel. De fato, os seres humanos, apesar de seus caprichos, egoísmo e fraquezas, parecem ter mais qualidades que seu Deus. Seu Deus é demoníaco, sádico, um diabo psicótico.
Jesus:
Nós somos meros humanos e não podemos entender os mistérios infinitos de Deus. É nosso dever sermos fiéis a ele, acreditarmos nele e o seguirmos. Não nos cabe perguntar por quê, mas apenas fazer e morrer.
Sócrates:
Não nos cabe perguntar? Mas e por que fomos dotados de mentes? Se não nos cabe discutir como viver e qual o propósito da vida, por que estamos discutindo isso agora? Por que você passa sua vida pregando para o povo? Por que você arriscou sua vida desafiando as ordens dos romanos?
Jesus:
Pela fé nós somos salvos e que ninguém duvide disso.

Sócrates:
Fé? O que você quer dizer com fé?
Jesus:
Devemos acreditar sem pedir provas. Não devemos ser incrédulos como Tomás. Se acreditarmos em Deus, seremos mil vezes recompensados por todos os nossos problemas e atribulações, quando estivermos no Paraíso.
Sócrates:
Você diz que devemos acreditar em tudo que nos dizem, sem investigar ou examinar; devemos ser ingênuos? Se eu fosse assim, daria minha bolsa para qualquer um na rua que me prometesse devolver, depois, mil vezes o valor dela. Eu seria um tolo agindo da forma que você diz. E você não pede apenas dinheiro, mas que eu dedique minha vida inteira a uma promessa e um propósito sem jamais considerar seus valores. Um ladrão exige meu dinheiro ameaçando minha vida. Você exige minha vida me ameaçando com tortura e me prometendo o paraíso. Eu não sou um manso nem um tolo ingênuo para ser enganado assim por promessas vazias e ameaças.
Jesus:
Os mansos herdarão a Terra.
Sócrates:
Os mansos são massacrados e são escravizados como as mulheres e crianças de uma nação derrotada.

Jesus:
Você não deve questionar Deus!
Sócrates:
Eu nunca encontrei esse cavalheiro, portanto não posso questioná-lo. Eu estou questionando você, que se diz representante dele, pois quero saber se realmente o representa.

Jesus:
Devemos acreditar na Bíblia, nas Escrituras, na Palavra de Deus. Acreditar sem esperar ser capaz de entender e sem exigir provas.
Sócrates:
É impossível para homem não escolher. Você tem noção de que existem milhares de religiões no mundo? Se acreditássemos só pela fé, teríamos que aceitá-las todas. Entretanto, elas todas são diferentes entre si, e aceitá-las todas seria impossível. Seria como acreditar, ao mesmo tempo, que o mundo é redondo e plano. Certamente você não pratica o que prega, pois, neste caso, você aceitaria a religião dos judeus e o Velho Testamento e não teria começado essa sua própria religião herege. E ontem, quando os sacerdotes de Atenas o advertiram para não pregar suas heresias nas ruas, você teria aceitado a religião grega e os deuses do Olimpo, pois estavam aqui primeiro e você deveria acreditar pela fé, já que eles lhe disseram que era verdadeira.
Jesus:
Pela fé somos salvos e que ninguém duvide disso.
Sócrates:
Deixe-me dar-lhe um exemplo específico. Suponha que o Oráculo de Delfos me contasse que certa pessoa fosse culpada de ter estuprado e matado minha esposa, e que eu deveria matá-lo, ou ele me mataria, temendo que eu descobrisse o seu crime e tentasse matá-lo. Então você me diz “Não Matarás!”. Você me diz que eu devo acreditar pela fé em tudo que eu ouvir. Seguindo sua instrução, devo matar o homem, devido à minha fé no Oráculo de Delfos. Entretanto, não devo matar o homem devido à minha fé no Deus Senhor. Mas eu não posso matar o homem e não matar o homem, pois são coisas contraditórias. Portanto, não posso acreditar em ambos. Portanto é impossível acreditar em qualquer coisa só pela fé. Existe uma escolha intelectual que eu, você e todos os homens fazemos, seja de forma voluntária ou não. Devemos escolher no que acreditar. O que você faria? Faria sua escolha pensando, discutindo e considerando todos os aspectos do problema ou negando cegamente que exista a necessidade de fazer uma escolha? Esta escolha é a mais importante na vida de um homem, pois a resposta à questão “qual é o propósito da vida?” determina todo o curso da vida de uma pessoa. Se um homem vai devotar cada movimento seu à sua religião, como você defende, então certamente ele deveria dirigir muito do seu pensamento à questão da escolha da religião. Deixe-me contar uma parábola: se você deve ir de uma cidade até outra numa tarefa que vai consumir sua vida inteira, não seria sábio considerar todas as estradas, já que algumas delas são freqüentadas por ladrões? Além disso, verificaria se não existe uma cidade mais próxima e segura para ir, ou, mais importante, se existe mesmo a cidade para onde vou, afinal.
Jesus:
Se você deseja honestamente conhecer a verdade sobre Deus, sobre a criação e sobre o propósito da vida, existe um caminho muito simples para descobrir a verdade. Tudo que tem a fazer a pedir que Deus entre no seu coração. Se você quiser sinceramente saber a verdade sobre Deus, o Espírito Santo entrará no seu ser e você se unirá a Deus. Nesse momento, você receberá a paz e o conhecimento do Paraíso; e quando você morrer, irá para o Paraíso e viverá para sempre em felicidade e contentamento.
Sócrates:
Desejo muito saber a verdade. O que, exatamente, eu preciso dizer para ganhar este conhecimento e essa sabedoria? Como é que eu falo com ele?
Jesus:
Diga, “Deus, entre no meu coração e me dê a sabedoria para entender a verdade”.
Sócrates:
Quer dizer que simplesmente repetindo isso eu vou ganhar conhecimento sobre o propósito da vida?
Jesus:
Sim. O Senhor diz “procura e encontrarás, pergunta e terás a resposta, bata à porta e ela se abrirá para ti”. Deus prometeu revelar a verdade para todo aquele que procurá-la.
Sócrates:
Deus, entre no meu coração e me dê a sabedoria para entender a verdade!
Jesus:
Então está feito. Agora agradeça a Deus por ter dado a vida eterna a você.
Sócrates:
Mas não aconteceu nada! Não sei nada mais sobre o propósito da vida do que eu sabia antes.
Jesus:
Então você não foi sincero. Você não desejou realmente que Deus entrasse no seu coração e lhe mostrasse a verdade. Você não tem fé que ele entrará no seu coração.
Sócrates:
Eu desejo verdadeiramente saber a verdade. Dediquei minha vida inteira ao estudo da filosofia e da razão. Desejo conhecer o propósito da vida mais do que desejo a própria vida. É uma resposta que tenho buscado desde que vi o sol pela primeira vez. A não ser que a encontre, vou continuar a procurá-la até o dia da minha morte. Talvez ele não tenha me ouvido. Devo pedir de novo, mais alto?

Jesus:
Você falhou em encontrar a resposta porque não tem fé. Se um homem tem a fé do tamanho de um grão de mostarda, ele pode mover uma montanha e tudo que ele desejar acontecerá.
Sócrates:
Isso é impossível. Será que alguma daquelas pessoas que seguiam você hoje tinha parentes ou amigos doentes ou morrendo? Com certeza havia, e com certeza, caso fossem bons cristãos, desejariam que estes amigos ou parentes não estivessem doentes, nem morressem, mas que ficassem saudáveis e felizes novamente. Ninguém vai ser tão tolo de dizer que não tem um amigo à morte. Ninguém vai ser tão insensível de dizer que nunca desejou que o amigo vivesse. Portanto, segue-se que nenhum cristão em todos esses séculos jamais teve fé em Deus, ou então Deus estava mentindo.
Jesus:
O Senhor dá e o Senhor tira. Abençoado seja o nome do Senhor.
Sócrates:
Vou apresentar uma parábola para provar que nunca houve um cristão ou judeu que tivesse fé; e provar que Deus estava mentindo quando prometeu vir ao coração dos homens para lhes ensinar o propósito da vida. Primeiro, você concorda que o Inferno é pior do que qualquer possível desgraça terrestre?
Jesus:
Sim, com certeza.
Sócrates:
E, você não disse que todos os homens são pecadores que se afastaram da glória de Deus?
Jesus:
Sim.
Sócrates:
Todo cristão ou judeu que tenha fé acredita que vai para o inferno se pecar. Permita-me mais essa parábola:cada cristão é como um homem que está no alto de um despenhadeiro. Sabe que se cometer um pecado, cai para a morte, ou pior, para o tormento eterno. Você disse que o Inferno é pior que qualquer punição terrena imaginável. Nenhum cristão pleno de fé jamais pecaria, por pior que fossem seus problemas ou seus desejos, pois isso seria saltar no precipício do tormento eterno. Você disse que todos os homens, inclusive cristãos e judeus fiéis, são pecadores. Portanto, nenhum cristão ou judeu, desde o início dos tempos, jamais acreditou que realmente iriam para o Inferno. Por que se acreditassem mesmo nisso, não pecariam. Não saltariam no abismo se acreditassem que o Inferno e o tormento eterno os esperassem lá em baixo. Todos pulam no abismo. Todos pecam. Portanto nenhum deles realmente acredita em você. Conseqüentemente, Deus não entrou no coração deles mais do que entrou no meu, minutos atrás. Portanto, Deus não tem o direito de exigir que ajam como cristãos ou que tenham fé nele. Portanto, Deus não tem o direito de punir ninguém nem de mandar ninguém para o Inferno. Portanto seu Deus não é justo. Portanto seu Deus não é Deus.
Jesus:
Olhe para o mundo à sua volta. Isso não prova que Deus existe? Veja a natureza bela e benevolente que faz você forte e saudável, e lhe dá o sol para lhe aquecer e a floresta e o campo para lhe alimentar. Você não devia adorar a Deus por tudo que ele lhe deu?
Sócrates:
É, admito que a natureza é boa e benevolente, mas quem mandou o granizo que quebrou meu telhado?
Jesus:
Só porque existe algum mal no mundo, não se pode negar o bem:você deve agradecer a Deus por isso. Deus tem que existir, pois de onde teria vindo o mundo, se ele não o tivesse criado?
Sócrates:
Não foi necessariamente o seu Deus que criou o mundo:há milhares de outros sacerdotes que reclamam a autoria dessa obra para seus próprios deuses. Só porque não tenho a resposta, não significa que devo aceitar a sua sem examiná-la. Eu poderia usar a mesma lógica e pedir que você acreditasse que Zeus criou o mundo. E mesmo que eu aceitasse que Deus criou o mundo, esse seria o fim da sua definição das qualidades de Deus e não poderíamos continuar logicamente, a partir disso e assumir que os outros aspectos da sua definição são verdadeiros.
Jesus:
Espere, não vá! Você tem que salvar sua alma da danação eterna. Aceite Deus no seu coração. Eu não vou sair enquanto você não aceitar.
Sócrates:
Sim. São apenas elucubrações de um velho. Você é que deve estar certo, já que tem tantos seguidores. E quem seria eu, um velho decrépito, para pôr razão e filosofia acima da voz da multidão.
Jesus:
Agradeça a Deus por ter lhe dado a vida eterna.
Sócrates já tinha ido.

Fonte: O Buraco do Crente (Não consigo adicionar este Blog na lista, não sei por quê)
Autor: Prometheus
Tradução: Geraldo Boz Junior
Editor: Eli Vieira

Dez razões por que cerveja é melhor do que Jesus:

1. Ninguém foi queimado na estaca, enforcado ou torturado sobre sua marca de cerveja.
2. Você pode provar que você tem cerveja.
3. Se você devotasse sua vida à cerveja, há grupos que te ajudam a parar.
4. Você não tem que esperar 2.000 anos para uma segunda rodada de cerveja.
5. Há leis que dizem que rótulos de cerveja não podem mentir para você.
6. A cerveja não vai dizer a você como fazer sexo.
7. Nenhuma guerra foi causada por causa de cerveja.
8. Eles não forçam consumo de cerveja em menores de idade que não podem pensar por si mesmos.
9. Quando você tem uma cerveja, você não bate na porta das outras pessoas pra oferecê-la.
10. Ninguém vai matar você porque você não bebe cerveja.

sábado, 9 de abril de 2011

Começou. E da maneira mais revoltante possível.

Este blog falhou em sua missão, que era de abrir os olhos das pessoas para o perigo que representava o fanatismo evangélico. A falha foi minha, pois era pra eu ter divulgado mais, mas tudo o que fiz foi colocar o link deste blog como uma assinatura em um Fórum que eu frequento.

Mas a falha inicial não significa que tudo esteja perdido.

Bom, todos já devem estar carecas de saber a respeito do assassino do Rio, um Spree Killer (Pessoa que mata atirando aleatoriamente) que só foi parado graças à atuação heróica de um policial, suicidando-se antes de ser preso. Quando eu assisti partes da notícia, sobre o desejo de ser enterrado com um lençol branco, eu achava que ele tinha se tornado um fanático muçulmano.

A carta abaixo, escrita por ele como um tipo de testamento, mostrou que eu estava enganado. Segue transcrição, tirada do Yahoo! Notícias:

Confira os trechos da carta (Os grifos são meus):

"Primeiramente deverão saber que os impuros não poderão me tocar sem luvas, somente os castos ou os que perderam suas castidades após o casamento e não se envolveram em adultério poderão me tocar sem usar luvas, ou seja, nenhum fornicador ou adúltero poderá ter um contato direto comigo, nem nada que seja impuro poderá tocar em meu sangue, nenhum impuro pode ter contato direto com um virgem sem sua permissão, os que cuidarem de meu sepultamento deverão retirar toda a minha vestimenta, me banhar, me secar e me envolver totalmente despido em um lençol branco que está neste prédio, em uma bolsa que deixei na primeira sala do primeiro andar, após me envolverem neste lençol poderão me colocar em meu caixão. Se possível, quero ser sepultado ao lado da sepultura onde minha mãe dorme. Minha mãe se chama Dicéa Menezes de Oliveira e está sepultada no cemitério Murundu. Preciso de visita de um fiel seguidor de Deus em minha sepultura pelo menos uma vez, preciso que ele ore diante de minha sepultura pedindo o perdão de Deus pelo o que eu fiz rogando para que na sua vinda Jesus me desperte do sono da morte para a vida."

Sim, meus amigos. O que eu temia finalmente aconteceu. Os loucos de Jesus estão saindo de seus hospícios, dispostos a quaisquer atrocidades em nome do "Senhor". E o pior, tem gente por trás das cortinas querendo ver o circo pegar fogo e fazer o Brasil, até então, um país sem problemas com religião, mergulhar no caos.

Afinal, quem deu as armas para o Assassino do Rio? Um traficante? Com que intenção, uma vez que é meio improvável que o cara tivesse dinheiro para comprar as armas usadas no crime?

Puta que pariu, ABRA O OLHO, BRASIL!!!